Que terapia que nada. Em uma aulinha da pós toda a minha vida amorosa foi desvendada. Explico: o assunto é globalização e, pra dar uma explicação bem simplista, no mundo globalizado as pessoas não se envolvem e nem pensam no futuro. Isso mesmo. Vive-se um dia de cada vez, porque pensar no incerto gera angústia, e raramente se olha para trás, pra não sucumbir à nostalgia. As pessoas se preparam para o pior e controem abrigos em volta de si mesmas porque, em um mundo que não é estável social, econômica e políticamente (sim, isso tudo influencia!!!), pensar a longo prazo e ter qualquer tipo de compromisso com alguém está fora de cogitação. E tem mais: nossas inocentes idas ao shopping também tem culpa no cartório nessa história. A nossa cultura é organizada em torno do consumo, e isso estimula o narcisismo. Assim como nas propagandas de TV, o mundo ao nosso redor está aí para satisfazer os nossos desejos e ponto. Ceder, relevar e abnegar são palavras que não existem no vocabulário do cidadão globalizado e, coincidência ou não, são as que definem se um relacionamento irá pra frente.
Escolher entre uma opção e outra pode trazer descontentamento, então a escolha simplesmente não é feita. Nós, seres globalizados, escolhemos todas as coisas simultaneamente. Queremos estudar, trabalhar, viajar, ir pra balada, sair com os amigos, namorar, mas tudo ao mesmo tempo! Não abrimos mão de uma coisa em prol de outra, a gente quer TUDO, porque TUDO está ao nosso alcance.
Depois dessa aula, todo o descompromisso emocional da humanidade passou a fazer mais sentido.
Ou não!
Para Silvia Regina, com amor
Há um mês