março 31, 2009

O Leitor


Acho que é em O Leitor que a Kate Winslet teve seu papel mais desprovido de qualquer vaidade, e ironicamente também no qual ela mais se mostra, no amplo sentido da expressão. A protagonista Hanna, solitária, politicamente incorreta, ignorante e desleixada com a aparência é uma verdadeira anti-Rose, que pra quem não se lembra era a mocinha sem sal de Titanic que revelou a atriz. Quarentona, Hanna se envolve com um adolescente de quinze anos, Michael (Ralph Finnes), fato que rende longas cenas dentro da banheira de seu apartamento precário, mas não imagina que a relação vai marcar os dois para o resto de suas vidas. A sinopse parece clichê, estilo chamada da Tela Quente? Pode acreditar que não é. E explico por quê: é o tipo de filme que levanta a velha questão sobre o certo e o errado, o ético e o anti-ético, mas sem ser moralista, e no qual a vilã é tão humana que você esquece do que ela fez de ruim e começa a torcer desesperadamente por ela. Resumindo, Kate Winslet no seu melhor papel.